sábado, 24 de agosto de 2019


Primeira Revolução Industrial
     

Daniel Rodrigues, Rebeca Dantas,
Robert Lima, Roger Souza,
Ruane Laisa, Stephany Soares
Tifany Barboza.



RESUMO


No início do século XVIII um conjunto de invenções tecnológicas possibilitou a produção de máquinas que marcaram o princípio da industrialização na Inglaterra, conduzindo mudanças no processo de produção e por consequência na sociedade, que transitou de um sistema feudal para o sistema capitalista. Assim, suscitou o início de uma nova era, com reformas sociais e econômicas na vida dos habitantes locais e posteriormente no mundo. O presente trabalho é uma pesquisa de caráter bibliográfico e tem como finalidade analisar e compreender as transformações desencadeadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias e aperfeiçoamento de técnicas que alteraram a relação do homem com a produção e o tempo, tornando sua compreensão essencial para entender a sociedade contemporânea.

Palavras-Chave: Inglaterra, Capitalismo, Transformações, Maquinofatura e Revolução Industrial.


ABSTRATC


In the early eighteenth century a set of technological inventions made possible the production of machines that marked the principle of industrialization in England, leading to changes in the production process and consequently in society, which moved from a feudal system to the capitalist system. Thus it sparked the dawn of a new era, with social and economic reforms in the lives of locals and later in the world. This work is a bibliographical research and aims to analyze and understand the transformations triggered by the development of new technologies and improvement of techniques that altered the relationship between man and production and time, making his understanding essential to understand contemporary society. .

Keywords: England, Capitalism, Transformations, Machinofacture and Industrial Revolution.


1.INTRODUÇÃO


A Primeira Revolução Industrial teve seu gênese em 1760, após uma série de transformações alterar o modo de produção artesanal para o fabril, encerrando-se em 1850. Inicialmente esse processo de desenvolvimento era restrito ao domínio da Inglaterra, que até o século XVIII era a única que possuía as condições necessárias para o mesmo.
Nesse período uma cadeia de transformações ocorria por toda a Europa. Com as ideias iluministas abriu-se portas para o liberalismo econômico e político. Na Inglaterra acontecera a Revolução Gloriosa (1688-1689) que estabeleceu uma Monarquia Parlamentarista, proporcionando maior participação no governo e na política a burguesia, que detinha o capital necessário para financiar as indústrias e agora podia delinear a economia em torno de suas ambições. Somado a fartura da mão de obra, originada pelo êxodo rural em razão da política de cercamentos de terras, a abundância de matéria-prima (minério de ferro e carvão) e boa localização marítima, que aliada ao decreto dos atos de navegação por Oliver Cromwell conferiu o domínio do comércio naval em ampla escala, permitindo o acumulo de capitais, e materializando o cenário perfeito para a origem da Primeira Revolução Industrial.
O desenvolvimento da máquina a vapor impulsionou o setor têxtil, que foi o primeiro a industrializar-se, deste modo, surgiram fábricas de tecidos de algodão que eram reservadas a importação e sacudiram a economia, permitido que as demais fases da Revolução Industrial consolidassem-se (Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial). O crescimento vigente assessorou a reinvenção das industrias, construindo novos maquinários que aceleraram cada vez mais a produção e logo, os lucros.



2.AS ETAPAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO


O sistema de organização social alinha-se com a economia, se um se altera o todo modifica-se, desta forma, ocorreram inúmeras transformações no estilo de vida da população, que podem ser medidas conforme as etapas de industrialização.
Até o final do século XV, a Inglaterra era um país conduzido pelo sistema feudal. Neste, a economia era local e visava apenas a subsistência da comunidade. Dessa maneira, a força do trabalhador era utilizada para sustento próprio, na produção de pequenos artesanatos, agricultura, criação de gado e de ovelhas para a produção de lã.
Contudo, com a economia deixando de ser local, inicia-se o processo de industrialização, que pode ser subdividida em três etapas: artesanal, manufatureira e maquinofatureira.
Primariamente tem-se a produção artesanal. Não visando o comércio, mas o atendimento das necessidades do povo inglês. Este modelo organizava-se em torno de um sistema doméstico e familiar, onde não havia a divisão de trabalho e o artesão participava da extração da matéria-prima até a venda da mercadoria. Eles tinham o controle da força de trabalho, dos meios de produção e de todo o capital, tanto o investido, quanto o lucrado.
No segundo momento, inicia-se o processo de produção manufatureira. Ocorre a fragmentação do trabalho e uma nova estrutura organizacional, nomeada também de sistema pré-fabril: um grupo de trabalhadores cria um sistema de interdependência para a produção de um item, onde cada qual realiza uma etapa no processo de produção da mercadoria. Nesse contexto, substitui-se o sistema doméstico e familiar pelo sistema de corporações de oficio, pautado na divisão de trabalho.
É aqui que nasce a figura do comerciante capitalista, que fornece a matéria-prima aos profissionais e administra a comercialização do produto final. De tal modo, o trabalhador vende o produto ao comerciante que media a mercadoria ao consumidor. Todavia, embora controle os meios de produção, a burguesia não era capaz de controlar o processo de produção, possibilitando a liberdade do trabalhador para escolher as horas e intensidade do trabalho, o que facilitava ações de resistência que mais tarde serão mais agravantes, manifestando-se sob a forma de movimentos como o Ludismo e Cartismo, e associações como a Trade-Unions, que futuramente formaria os sindicatos.
Após o surgimento da máquina a vapor, o produto passou a ser fabricado por meio de máquinas, os comerciantes criaram galpões (fabricas) onde poderiam testemunhar e controlar o processo de produção e consequentemente os trabalhadores. Agora, o burguês é dono dos meios de produção, do capital investido e lucrado e da força de trabalho, que é vendida pelo proletariado por um salário.
A criação do sistema de fábricas alavancou a economia comercial que difundiu-se internacionalmente, cada país com um avanço próprio, citando caso, enquanto a Inglaterra estava na primeira fase da revolução, o Brasil era colônia de Portugal, vindo a iniciar a industrialização somente em 1930.


3. CONSEQUÊNCIAS


A Primeira Revolução Industrial é um monumento na história global. Representando a trajetória do sistema feudal para o sistema capitalista, que foi o princípio da modernidade. A invenção e aperfeiçoamento de sistemas de transportes e comunicação desencadearam as primeiras inovações, como o barco à vapor (Robert Fulton, 1807), a locomotiva (Stephenson, 1814), revestimento de pedras nas estradas (McAdam, 1819), telégrafos (Morse, 1836), a descoberta da lei da corrente elétrica (Ohm, 1827), na área da eletricidade e do eletromagnetismo (Faraday, 1831)...
Surgiu ainda, uma nova articulação econômica entre os países industrializados e os não desenvolvidos, que fixaram-se ao sistema capitalista como produtores de matéria-prima e consumidores dos produtos produzidos.
Expondo a obscuridade da industrialização, simultaneamente, ocorreu a concentração do capital nas mãos de uma minoria, enquanto crescia a pobreza e a carestia entre os trabalhadores, havendo desemprego, e a concorrência entre homens, mulheres e crianças, onde não importava o sexo e idade, mas o quão barato poderia ser a mão de obra. Com a consolidação do sistema maquinofatureiro, e a política dos cercamentos de terra houve a migração do campo para as cidades (êxodo rural) que encontraram-se com elevada densidade demográfica e despreparadas para atender uma quantia tão ampla de pessoas, que ficaram sujeitas a carência de direitos mínimos (alimentação, moradia, higiene, educação e saúde), tendo como exemplo a cidade de Londres, que chegou a um milhão de habitantes em 1800 e centros, como Manchester que abrigou massas de proletariados em condições de miséria.
Deste modo, com a abundância de mão de obra, verificou-se a desvalorização dos trabalhadores que passaram a ser radicalmente explorados pela classe capitalista, que almejava cada vez mais lucros e menores custos de produção, através da mais-valia, que expressou-se das duas formas possíveis (1-aumento de horas de trabalho; 2-aumento da produção). “Como soldados da indústria, estão sob vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também diariamente, a cada hora, escravos da máquina, do contramestre, e sobretudo, do dono da fábrica’’ (Marx; Engels, 1848, p.19).
Ocorreu ainda, o avanço dos impactos ambientais. A mesma ambição que objetificou os seres humanos, transformando-os somente em um instrumento para lucros, tornou o meio ambiente um canal para enriquecer. Sem a existência de políticas ambientais, o descarte de produtos químicos era feito de maneira descomedida, assim como a extração da matéria-prima. Provocando a poluição atmosférica, contaminação da água e do solo e desmatamento. Hogan (2007) descreveu alguns eventos de poluição atmosférica, datadas em 1930, no vale de Meuse, na Bélgica, no qual 60 pessoas morreram; em 1952, em Londres, a ‘’Névoa Matadora’’’ que ocasionou mais de quatro mil mortes; e o caso de contaminação de água em 1956, no Japão, na Baía de Minamata, que até dezembro de 1974 registrou 107 mortes oficiais.


4.CONCLUSÃO


A Primeira Revolução Industrial foi um processo de desenvolvimento que revolucionou não somente a sociedade inglesa do século XVIII, como a face do mundo, em todos os lugares e em todos os tempos.
Tal fenômeno representou o nascimento de uma nova forma de organização politica, social e econômica, com o surgimento da produção fabril e estruturação do capitalismo, que agiu como ponte para o futuro que conhecemos hoje.
A partir desta pesquisa, podemos constatar o gênese de problemas sociais que estão diretamente ligados ao trabalho. Compreendendo a primazia do processo industrial foi possível analisar e identificar as primeiras manifestações do consumo predatório manifesto de modo semelhante ao que há na sociedade contemporânea, onde o capital é mais valioso que o próprio ser humano. Assim, os registros das tragédias e abusos relacionados a Primeira Revolução nos oferecem a opção de aprender com os erros do passado ao invés de continuar a repeti-los, não permitindo que o abuso e exploração dos marginalizados seja perpetuada.


5.REFERÊNCIAS   

HOGAN, D. J. População e Meio Ambiente: a emergência de um novo campo de estudos. In: HOGAN D. J. (Org.) Dinâmica populacional e mudança ambiental: cenários para o desenvolvimento brasileiro. Campinas: Núcleo de Estudos de População-Nepo, 2007. p.13-49.

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. 3ª edição, São Paulo, Global, 1988.

OLIVEIRA, Rosane Machado de. Revolução Industrial na Inglaterra: Um Novo Cenário na Idade Moderna. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 07. Ano 02, Vol. 01. p. 89-116, Outubro de 2017

SERRANO, Eduardo. Revolução Industrial. Antecedentes. Primeira fase (1780 a 1860). 2009. Disponível em: <docplayer.com.br/5202633-Revolucao-industrial-antecedentes-primeira-fase-1780-a-1860.html> Acesso em: 16 ago. 2019.

SILVA, Renato Francisco. Muito além da Revolução. 2014. Disponível em: <www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/primeira-revolucao-industrial> Acesso em: 16 ago. 2019.

SOUSA, Rafaela.    "Primeira Revolução Industrial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/primeira-revolucao-industrial.htm. Acesso em 24 de agosto de 2019.

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