Primeira Revolução Industrial
Daniel Rodrigues, Rebeca Dantas,
Robert Lima, Roger Souza,
Ruane Laisa, Stephany Soares
Tifany Barboza.
RESUMO
No
início do século XVIII um conjunto de invenções tecnológicas possibilitou a
produção de máquinas que marcaram o princípio da industrialização na
Inglaterra, conduzindo mudanças no processo de produção e por consequência na
sociedade, que transitou de um sistema feudal para o sistema capitalista.
Assim, suscitou o início de uma nova era, com reformas sociais e econômicas na
vida dos habitantes locais e posteriormente no mundo. O presente trabalho é uma
pesquisa de caráter bibliográfico e tem como finalidade analisar e compreender
as transformações desencadeadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias e
aperfeiçoamento de técnicas que alteraram a relação do homem com a produção e o
tempo, tornando sua compreensão essencial para entender a sociedade contemporânea.
Palavras-Chave: Inglaterra, Capitalismo, Transformações,
Maquinofatura e Revolução Industrial.
ABSTRATC
In
the early eighteenth century a set of technological inventions made possible
the production of machines that marked the principle of industrialization in
England, leading to changes in the production process and consequently in
society, which moved from a feudal system to the capitalist system. Thus it
sparked the dawn of a new era, with social and economic reforms in the lives of
locals and later in the world. This work is a bibliographical research and aims
to analyze and understand the transformations triggered by the development of
new technologies and improvement of techniques that altered the relationship
between man and production and time, making his understanding essential to
understand contemporary society. .
Keywords: England, Capitalism, Transformations, Machinofacture and Industrial
Revolution.
1.INTRODUÇÃO
A Primeira Revolução Industrial teve seu gênese
em 1760, após uma série de transformações alterar o modo de produção artesanal
para o fabril, encerrando-se em 1850. Inicialmente esse processo de
desenvolvimento era restrito ao domínio da Inglaterra, que até o século XVIII
era a única que possuía as condições necessárias para o mesmo.
Nesse período uma cadeia de transformações
ocorria por toda a Europa. Com as ideias iluministas abriu-se portas para o
liberalismo econômico e político. Na Inglaterra acontecera a Revolução Gloriosa
(1688-1689) que estabeleceu uma Monarquia Parlamentarista, proporcionando maior
participação no governo e na política a burguesia, que detinha o capital
necessário para financiar as indústrias e agora podia delinear a economia em
torno de suas ambições. Somado a fartura da mão de obra, originada pelo êxodo
rural em razão da política de cercamentos de terras, a abundância de
matéria-prima (minério de ferro e carvão) e boa localização marítima, que
aliada ao decreto dos atos de navegação por Oliver Cromwell conferiu o domínio
do comércio naval em ampla escala, permitindo o acumulo de capitais, e
materializando o cenário perfeito para a origem da Primeira Revolução
Industrial.
O desenvolvimento da máquina a vapor impulsionou
o setor têxtil, que foi o primeiro a industrializar-se, deste modo, surgiram
fábricas de tecidos de algodão que eram reservadas a importação e sacudiram a
economia, permitido que as demais fases da Revolução Industrial
consolidassem-se (Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial). O
crescimento vigente assessorou a reinvenção das industrias, construindo novos
maquinários que aceleraram cada vez mais a produção e logo, os lucros.
2.AS
ETAPAS DA INDUSTRIALIZAÇÃO
O sistema de organização social alinha-se com a
economia, se um se altera o todo modifica-se, desta forma, ocorreram inúmeras transformações
no estilo de vida da população, que podem ser medidas conforme as etapas de
industrialização.
Até o final do século XV, a Inglaterra era um
país conduzido pelo sistema feudal. Neste, a economia era local e visava apenas
a subsistência da comunidade. Dessa maneira, a força do trabalhador era
utilizada para sustento próprio, na produção de pequenos artesanatos,
agricultura, criação de gado e de ovelhas para a produção de lã.
Contudo, com a economia deixando de ser local,
inicia-se o processo de industrialização, que pode ser subdividida em três
etapas: artesanal, manufatureira e maquinofatureira.
Primariamente tem-se a produção artesanal. Não
visando o comércio, mas o atendimento das necessidades do povo inglês. Este
modelo organizava-se em torno de um sistema doméstico e familiar, onde não
havia a divisão de trabalho e o artesão participava da extração da
matéria-prima até a venda da mercadoria. Eles tinham o controle da força de
trabalho, dos meios de produção e de todo o capital, tanto o investido, quanto
o lucrado.
No segundo momento, inicia-se o processo de
produção manufatureira. Ocorre a fragmentação do trabalho e uma nova estrutura
organizacional, nomeada também de sistema pré-fabril: um grupo de trabalhadores
cria um sistema de interdependência para a produção de um item, onde cada qual
realiza uma etapa no processo de produção da mercadoria. Nesse contexto,
substitui-se o sistema doméstico e familiar pelo sistema de corporações de
oficio, pautado na divisão de trabalho.
É aqui que nasce a figura do comerciante
capitalista, que fornece a matéria-prima aos profissionais e administra a
comercialização do produto final. De tal modo, o trabalhador vende o produto ao
comerciante que media a mercadoria ao consumidor. Todavia, embora controle os meios
de produção, a burguesia não era capaz de controlar o processo de produção,
possibilitando a liberdade do trabalhador para escolher as horas e intensidade
do trabalho, o que facilitava ações de resistência que mais tarde serão mais
agravantes, manifestando-se sob a forma de movimentos como o Ludismo e
Cartismo, e associações como a Trade-Unions, que futuramente formaria os
sindicatos.
Após o surgimento da máquina a vapor, o produto
passou a ser fabricado por meio de máquinas, os comerciantes criaram galpões
(fabricas) onde poderiam testemunhar e controlar o processo de produção e
consequentemente os trabalhadores. Agora, o burguês é dono dos meios de
produção, do capital investido e lucrado e da força de trabalho, que é vendida
pelo proletariado por um salário.
A criação do sistema de fábricas alavancou a
economia comercial que difundiu-se internacionalmente, cada país com um avanço
próprio, citando caso, enquanto a Inglaterra estava na primeira fase da
revolução, o Brasil era colônia de Portugal, vindo a iniciar a industrialização
somente em 1930.
3.
CONSEQUÊNCIAS
A Primeira Revolução Industrial é um monumento
na história global. Representando a trajetória do sistema feudal para o sistema
capitalista, que foi o princípio da modernidade. A invenção e aperfeiçoamento
de sistemas de transportes e comunicação desencadearam as primeiras inovações,
como o barco à vapor (Robert Fulton, 1807), a locomotiva (Stephenson, 1814),
revestimento de pedras nas estradas (McAdam, 1819), telégrafos (Morse, 1836), a
descoberta da lei da corrente elétrica (Ohm, 1827), na área da eletricidade e
do eletromagnetismo (Faraday, 1831)...
Surgiu ainda, uma nova articulação econômica
entre os países industrializados e os não desenvolvidos, que fixaram-se ao
sistema capitalista como produtores de matéria-prima e consumidores dos
produtos produzidos.
Expondo a obscuridade da
industrialização, simultaneamente, ocorreu a concentração do capital nas mãos
de uma minoria, enquanto crescia a pobreza e a carestia entre os trabalhadores,
havendo desemprego, e a concorrência entre homens, mulheres e crianças, onde
não importava o sexo e idade, mas o quão barato poderia ser a mão de obra. Com
a consolidação do sistema maquinofatureiro, e a política dos cercamentos de
terra houve a migração do campo para as cidades (êxodo rural) que
encontraram-se com elevada densidade demográfica e despreparadas para atender
uma quantia tão ampla de pessoas, que ficaram sujeitas a carência de direitos
mínimos (alimentação, moradia, higiene, educação e saúde), tendo como exemplo a
cidade de Londres, que chegou a um milhão de habitantes em 1800 e centros, como
Manchester que abrigou massas de proletariados em condições de miséria.
Deste modo, com a abundância de mão de obra,
verificou-se a desvalorização dos trabalhadores que passaram a ser radicalmente
explorados pela classe capitalista, que almejava cada vez mais lucros e menores
custos de produção, através da mais-valia, que expressou-se das duas formas
possíveis (1-aumento de horas de trabalho; 2-aumento da produção). “Como soldados da indústria, estão sob
vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são
somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também diariamente,
a cada hora, escravos da máquina, do contramestre, e sobretudo, do dono da
fábrica’’ (Marx; Engels, 1848, p.19).
Ocorreu ainda, o avanço dos impactos ambientais.
A mesma ambição que objetificou os seres humanos, transformando-os somente em
um instrumento para lucros, tornou o meio ambiente um canal para enriquecer.
Sem a existência de políticas ambientais, o descarte de produtos químicos era
feito de maneira descomedida, assim como a extração da matéria-prima.
Provocando a poluição atmosférica, contaminação da água e do solo e
desmatamento. Hogan (2007) descreveu alguns eventos de poluição atmosférica,
datadas em 1930, no vale de Meuse, na Bélgica, no qual 60 pessoas morreram; em
1952, em Londres, a ‘’Névoa Matadora’’’ que ocasionou mais de quatro mil
mortes; e o caso de contaminação de água em 1956, no Japão, na Baía de
Minamata, que até dezembro de 1974 registrou 107 mortes oficiais.
4.CONCLUSÃO
A Primeira Revolução Industrial foi um processo
de desenvolvimento que revolucionou não somente a sociedade inglesa do século
XVIII, como a face do mundo, em todos os lugares e em todos os tempos.
Tal fenômeno representou o nascimento de uma
nova forma de organização politica, social e econômica, com o surgimento da
produção fabril e estruturação do capitalismo, que agiu como ponte para o
futuro que conhecemos hoje.
A partir desta pesquisa, podemos constatar o
gênese de problemas sociais que estão diretamente ligados ao trabalho.
Compreendendo a primazia do processo industrial foi possível analisar e
identificar as primeiras manifestações do consumo predatório manifesto de modo
semelhante ao que há na sociedade contemporânea, onde o capital é mais valioso
que o próprio ser humano. Assim, os registros das tragédias e abusos
relacionados a Primeira Revolução nos oferecem a opção de aprender com os erros
do passado ao invés de continuar a repeti-los, não permitindo que o abuso e
exploração dos marginalizados seja perpetuada.
5.REFERÊNCIAS
HOGAN, D. J. População e Meio Ambiente: a
emergência de um novo campo de estudos. In: HOGAN D. J. (Org.) Dinâmica
populacional e mudança ambiental: cenários para o desenvolvimento brasileiro.
Campinas: Núcleo de Estudos de População-Nepo, 2007. p.13-49.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto
Comunista. 3ª edição, São Paulo, Global, 1988.
OLIVEIRA, Rosane Machado de. Revolução
Industrial na Inglaterra: Um Novo Cenário na Idade Moderna. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 07. Ano 02, Vol. 01. p. 89-116,
Outubro de 2017
SERRANO, Eduardo. Revolução Industrial.
Antecedentes. Primeira fase (1780 a 1860). 2009. Disponível em:
<docplayer.com.br/5202633-Revolucao-industrial-antecedentes-primeira-fase-1780-a-1860.html>
Acesso em: 16 ago. 2019.
SILVA, Renato Francisco. Muito além da
Revolução. 2014. Disponível em: <www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/primeira-revolucao-industrial> Acesso em: 16 ago. 2019.
SOUSA, Rafaela. "Primeira
Revolução Industrial"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/primeira-revolucao-industrial.htm.
Acesso em 24 de agosto de 2019.
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